O que eu não sabia, era que a vida me iria dar um grande empurrão para que esse objectivo fosse realmente possível.

A minha idea de "cura" até este momento, teria de ser completamente desconstruída.

Chegamos então, ao momento de 2017, que me deu uma reviravolta completa aos objectivos da minha carreira.

Durante um curso sobre diferentes modos de criar terapias oncológicas, um pensamento muito aleatório surgiu durante a aula:

- "Porque é que eu nunca tive formação sobre PREVENÇÃO de cancro até hoje? Já lá vão 7 anos de estudar Medicina e ainda só ouvi falar em tratamento." 

Hoje já não acho que nada seja aleatório, e que todos os momentos da nossa vida têm um propósito maior.

Nada até a este momento me tinha influenciado para ter este pensamento. Foi como se alguém o tivesse posto ali no meu cérebro naquele momento.

Esse pensamento levou-me a um grande ciclo de procura e curiosidade sobre como prevenir TODOS os tipos de cancro e doenças crónicas.

O que me levou ao despertar da Medicina Integrativa e Funcional, e por consequência querer deixar o estudo da Medicina Convencional.

A medicina integrativa e funcional, é uma medicina que trata a CAUSA do sintoma e vê o indivíduo como UM. Enquanto que a Medicina Convencional trata o sintoma e não vai à causa, deixando espaço para que os desiquilíbrios por detrás do sintoma se desenvolvam ainda mais.

A minha maior aprendizagem neste processo foi:

• Sempre que nos deparamos com uma doença crónica, existem sinais iniciais de desiquilíbrio no nosso corpo.
• Quando damos atenção a esses desíquilibros e vamos à busca das possíveis causas, é muito mais fácil encontrá-las e conseguir retornar o corpo a um estado equilibrado e não deixar doenças desenvolver.

Este novo paradigma abriu-me as portas à minha profissão de Educadora - onde através de uma visão integrativa de como manter um corpo equilibrado, ajudo mulheres a empoderarem-se com informação básica sobre o seu corpo que literalmente muda a direção da sua saúde física e mental.

O foco na mulher e não no homem, surgiu do facto de que a ciência e a sua evidência de como atingir um corpo saúdavel, vem de estudos onde frequentemente só homens são escolhidos como grupo, deixando as mulheres de lado, especialmente mulheres ainda com o ciclo menstrual.

Desta forma sempre que ouvimos falar de um conselho de saúde que pode ajudar ou até revolucionar a nossa saúde, maior parte das vezes o estudo foi feito com homems. Quando uma mulher tenta aplicar esta informação de forma consistente, os resultados têm tendência a falhar. Deixando-as num ciclo de frustração e exaustão.

Foi desta necessidade que a minha especialização na mulher começou: dar à mulher o tipo de apoio e informação que ela realmente precisa.

Tudo o que ensino e pratico vem de evidência observada no corpo da mulher cíclica (ainda com um ciclo menstrual).